Existem pessoas que simplesmente passam. Com o tempo se transformam em vagas lembranças ou partem para o arquivo do esquecimento.
Outras chegam e marcam nossas vidas, transformando-se em idolos, exemplos
a serem seguidos. Verdadeiras Lendas.
A vida foi bondosa comigo. Dando-me o privilégio de conviver, mesmo que rapidamente, com diferenciados.
Entre elas destaco Cilon Orth.
O HELIO GRACIE DO VOLEI IBIA.
Na minha modesta opinião, um dos maiores montenegrinos, em 143 anos de colonização.
Lembro como se tivesse sido ontem (e la se vão 40 anos).
Estava eu sossegado no mundinho de aluno do São João Batista, jogando meu futebol de cada dia, quando tive de encarar um professor de educação física recém formado, com idéias estranhas e só falando em Vôlei.
Inicio da convivência se revelou pesado. Eu me achava prejudicado.
Vôlei???
Tentem avaliar o drama.
Jogar vôlei, dentro do meu metro e nada, encarando Dirceu Mombach, Tadeu Finger e outros Gigantes.
Eu so via a bola passar por cima, longe da minha realidade.
Graças a Deus, Cilon mostrou o quanto nasceu pra ser professor.
Entendeu meu drama, liberando-me do vôlei e conseguindo bolas de futebol, para que eu pudesse chutar meus desafios de aborrecente, rebelde sem causa.
Foi mais longe.
O primeiro a me incentivar e elogiar o meu jogo.
Anos mais tarde, longe de Montenegro, percebi que testemunhava o início de uma Revolução, primeiras letras da maior e mais vitoriosa página, da história do Esporte Montenegrino.
Meninos do São João, base do Riograndense, com apogeu no Time Frangosul.
História de vitórias, cidade unida em torno de uma paixão, orgulho Ibia, externado em cortadas, rotações e titulos.
A Montenegro vencedora resumida em 5 letras: Cilon.
Triste a cidade sem um esporte ou um clube para representá-la.
Hoje não temos estádio com bola
rolando, em competições estaduais de futebol .
Não existe mais ginásio lotado comemorando vitórias do vôlei.
Infelizmente estamos resumidos ao zero absoluto .
Vivemos de aplaudir conquistas dos outros. Criticar o fato de nada termos, mas sempre de braços cruzados, esperando que o vizinho faça.
Não surgiram novos Cilons.
Secou a nossa "Orth".
A cegonha colocou às margens do Cai, montegrinos e MONTENEGRINOS.
Na história, poucos fizeram por merecer Placa, dando nome à ruas.
Cilon o fez com louvor.
Reconhecimento dos serviços relevantes prestados.
Falta apenas nossa gente acordar.
Valorizar a quem tem valor.
Seguir o exemplo. Arregaçar mangas e escrever o nome da Cidade em novas conquistas, no Cenário do Esporte Gaúcho .
Cilon Orth.
Esse eu levanto pra aplaudir.