De preferência mais bonito que o da Tina. A "mais tudo" da Escola.
Moram em apartamento, ambiente inadequado ao animal. Pra
complicar, condomínio limita espaço externo pra "pets".
Projeto sem chances. Hora do NÃO definitivo.
Nhá, nhá, nhá, mi, mi, mi. Toda delicadeza no combate ao beicinho, seguindo à risca "Psicologia Cria Sem Limites".
As crianças ouvem atentamente argumentos dos pais, reagindo dentro da normalidade, de Geração Perdida.
Vizinhos acompanham contraponto infantil, posto em altos brados.
- Eu quero!...Eu quero!...Eu quero!...
No Natal, chega Bob!
Transformado em alvo de "flashs", viraliza nas Redes Sociais.
Passadas festas, família feliz segue para o Litoral. Bob vive infância dos sonhos.
Espaço pra brincar, comida de qualidade e afagos de todos os lados. O "xodó"da casa.
Terminado Verão, hora de voltar pra cidade.
Estranha. Tudo parece menor. Inclusive sua cama.
Ambiente muda. Há estresse e mau humor no ar.
Irmãos na Escola, pai e mãe no trabalho.
Quer brincar. Ninguém tem tempo pra ele. Repete gestos pra chamar atenção. Sorrisos dão lugar a xingamentos.
Precisa sair na rua. Difícil segurar xixi e cocô. Late pra avisar. Parece ter ficado invisível.
Impossível evitar.
Aaaaaaiiiiiiiii!!! - Que alívio!...
Família percebe. Pela primeira vez é agredido.
Chora, sem entender nada.
O ano passa. Pra ele só xingamentos e solidão.
Os irmãos se afastaram. Carinho nem pensar.
Os poucos passeios, a melhor parte do dia, cada vez mais rápidos e com má vontade.
Fotos? Nem pensar!...
Pra piorar, casa não para de diminuir.
Tem vontade de chorar. Evita.
Não quer causar problemas.
Em outras oportunidades, choro revoltou vizinhos.
Chega período de festas. Coração dispara.
Carinho recebido não foi igual, mas tudo bem.
Chances de voltar pra maravilhosa casa da praia.
Retorno ao Paraíso. Tudo bem que está diferente. Ninguém lhe dá atenção, mas pode correr, pular e fazer necessidades, sem precisar da boa vontade de ninguém.
Belo dia papai o coloca no carro.
Vibra.
Convite pra passear inesperado. Oportunidade de discutir relação.
Papai deve ter reconhecido que errou com ele e quer se desculpar.
Bobagem. Ele entende e ama sua família. Não guardou mágoas.
Carro para.
Pai o faz descer e segue.
Legal!...
Quer apostar corrida. Decide aceitar desafio. Mostrará o quanto é veloz.
Em disparada segue o carro feliz.
Papai deve estar orgulhoso.
Máquina não cansa, ele sim.
Resolve parar e descansar.
Carro some no horizonte.
Não entende brincadeira, mas sem problemas.
Logo papai voltará e o levará pra casa,
onde sua família o espera.
Ainda cansado, coração acelerado, olhos embaralham. Só pode ser miragem.
Tem nítida impressão.
Cachorro perambulando ao longe, machucado e faminto, muito parecido com o cão de Tina.
Juninho e Aninha, a "princesinha" do papi, guti, guti, bilu, bilu, resolvem que querem um gatinho, igualzinho aos dos amiguinhos do Face.
De preferência mais bonito que o da Tina. A "mais tudo" da Escola.
Eu quero!... Eu quero!... Eu quero!...
Resume reprise macabra de todo final de temporada no Litoral Gaúcho.
Região a ostentar Vergonhoso Título de
PARAÍSO DO ABANDONO.
Crime inspirado por lixo humano, desprovido do mínimo de caráter e incapazes de educar os próprios filhos.
"FAMÍLIA MONSTRO A DIFUNDIR MONSTRUOSIDADE E CRIAR MONSTRINHOS"
Triste ver animais abandonados nas ruas de Cidreira à Capão da Canoa, passando por Tramadai, Imbé Xangri-lá e Atlântida.
Cabe à população nativa conviver com o sofrimento de gatos e cachorros vagando nas ruas, em busca de restos de comida.
Recado à sub raça que abandona os bichinhos à própria sorte, se iludindo que ficarão bem, deixo meu testemunho.
Eles sofrem, passam frio, fome, choram sem entender covardia sofrida e contam os segundos, no aguardo que cesse a brincadeira e sua família retorne.
O mais irritante:
Natureza segue sua trilha. Animais de rua procriam indiscriminadamente e, ao chegar o verão, é a família podre, a primeira a reclamar do barulho ocasionado pelos filhos e netos de Bob, providenciando veneno, pra acabar com problema por ela criado.
SE SOLUÇÃO ESTÁ NO VENENO, CONTRAPRODUCENTE ATACAR CONSEQUÊNCIA.
COLOQUEMOS VENENO NA CAUSA
Leis criadas pra coibir essa prática, simplesmente desrespeitadas.
Não há fiscalização e número de abandonados só faz aumentar.
Atenuante vem de Nativos. Mesmo com poucos recursos trabalham pra proporcionar o mimimo aos abandonados, mas chegamos num ponto crítico, com o crescimento fora de controle, das populações caninas e felinas?
E agora?
Continuaremos brincando de Nada Sei, Nada Vi?
Com a palavra, as autoridades.
VOU ALI VOMITAR E JÁ VOLTO.
Coisas de um País que virou uma coisa.
E Assim o Mundo Gira e o brasil se Afunda.
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