Diante de uma tragédia desse porte, lembro de mim em 1984. Morando na Praia do Leme no Rio de Janeiro, bem empregado, dinheiro no bolso, viajando pelo Mundo, juventude pra dar e vender; do nada um acidente e lá estava eu, no fundo de uma cama de hospital, prestes a perder minhas pernas.
Anos de dor se seguiram. Perdi tudo. Ganhei o dobro; a começar por minha filha
No emaranhado de dor aprendi o verdadeiro sentido da Vida; entendi o recado de Deus.
Falo no Deus que nos colocou aqui pra evoluir, sem se importar em nos proteger ou precisar enviar mensageiros, que cobram fortunas em doações pra transmitir suas mensagens.
Aqui somos todos iguais, dentro de nossa insignificância. Na permanência nesse Plano viveremos o apogeu e a queda; resumo de aprendizado de humildade. Sete anos de vacas gordas ou sete de magras nada tem com sorte ou azar, conforme nos acostumamos a rotular.
Não existem vencedores ou derrotados; apenas seres iguais, vivendo suas realidades diferentes, mas interligadas e iguais nas entrelinhas.
No momento de alta devemos ter a humildade de, dentro de nossas possibilidades, apoiarmos quem precisa. Quando em baixa, nos nutrirmos da grandeza de agradecermos a presença de quem nos apóia, sem nos rotularmos de menores, por precisar de ajuda.
Fomos ajudados durante nossa gestação e ao nascermos. Seremos ajudados durante a vida e até pra morrermos.
Não somos melhores, nem piores; nos resumimos à gente.
Quem não entender essa máxima será cobrado pela natureza e cairá, quantas vezes forem necessárias.
É diante da tragédia que conhecemos a nobreza da humildade, independente do lado que nos encontramos. Momento de sermos apresentados verdadeiro significado e as dimensões do "muito obrigado".
Quem ajuda, agradecendo o privilégio de ali estar, em condições de apoiar um irmão.
Aos ajudados o agradecer por ter pessoas por perto, com coração propenso a lhe estender a mão.
Na tragédia não existe o coitadinho e muito menos o poderoso. Encontramos a troca de amor, na certeza de quem hoje ajuda, amanhã será ajudado e o que hoje precisa, amanhã poderá retribuir com alguém.
Incêndio em Montenegro mostra a grandeza do povo Montenegrino.
Mobilização espontânea, forte e decisiva.
No Centenário recolhem doações. Abriram contas para depósitos de suporte financeiro, tão necessário nessas horas e a cidade se une em torno do abraçar, sem nada pedir em troca.
Quem ainda não entrou no mutirão, mas tem vontade, vá ao Centenário, consulte as Redes Sociais ou busque informações na sede do Jornal O Progresso.
Ao Povo de minha Cidade o meu muito obrigado pela emoção que sinto agora; poder me orgulhar de ser Montenegrino, fazendo parte da Gente Ibiá.
Deus os abençoe e peço licença pra levantar e aplaudi-los
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